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POLÍCIA

“Foi um absurdo, um abuso de autoridade”, diz tenente da reserva que denuncia PMs por invasão de sua casa e agressões

“Foi um absurdo, um abuso de autoridade”, diz tenente da reserva que denuncia PMs por invasão de sua casa e agressões

A tenente da reserva da Polícia Militar do Acre, Maria das Candeias dos Santos Lima, 57 anos, denunciou que teve sua residência invadida e foi agredida por PMs na noite de quarta-feira, 17, no bairro Rui Lino, em Rio Branco. Segundo ela, a ação teria ocorrido sem mandado judicial e de forma violenta, resultando em lesões físicas e trauma psicológico em sua filha de 12 anos, que presenciou a cena.

De acordo com o relato da militar, os agentes tentaram abordar seu ex-marido quando ele chegava à residência. Na sequência, ela afirma ter sido empurrada, jogada ao chão, algemada e acusada de desacato.

“Depois de invadirem a minha casa, eles me jogaram no chão, subiram em cima de mim, me chutaram e simplesmente me algemaram dizendo que eu estava presa por desacato. Foi um absurdo, um abuso de autoridade”, disse à reportagem.

Candeias relatou ainda que, horas após o episódio, os policiais retornaram à residência e teriam coagido sua filha a entregar vídeos gravados no momento da abordagem. “Minha filha passou a noite em pânico, achando que iriam arrombar o portão novamente. Ela entregou os vídeos com medo”, contou.

Versão da Polícia Militar

O boletim de ocorrência registrado pela guarnição apresenta outra versão. Segundo o documento, os policiais tentaram abordar um homem suspeito de ser foragido da Justiça, identificado como Elson Bezerra, ex-marido da tenente. Ao fugir para dentro da residência, ele teria desobedecido ordem de parada.

Ainda conforme o BO, Maria das Candeias teria se aproximado de forma agressiva, gritando e proferindo ofensas contra os militares, chegando a resistir à prisão com chutes e empurrões, o que teria causado escoriações em um sargento. Diante disso, foi autuada por desacato e resistência, sendo necessário, segundo a PM, o uso proporcional da força.

O registro também aponta que durante a condução à delegacia a oficial da reserva continuou proferindo ofensas e ameaças contra a guarnição.

Após o episódio, a tenente da reserva registrou ocorrência na Delegacia Central de Flagrantes, acusando os policiais de lesão corporal, abuso de autoridade, violação de domicílio e calúnia. Um exame pericial foi solicitado pelo delegado responsável para constatar as lesões.

A reportagem entrou em contato com a Corregedoria da Polícia Militar do Acre para obter esclarecimentos sobre o caso, mas até o fechamento desta edição não houve resposta. O espaço permanece aberto para manifestações da instituição.