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POLÍCIA

Família pede abertura de inquérito para apurar acidente que vitimou Márcio Pinheiro da Silva e Carpegiane Lopes em Rio Branco

Família pede abertura de inquérito para apurar acidente que vitimou Márcio Pinheiro da Silva e Carpegiane Lopes em Rio Branco

A dor da perda se transforma em clamor por justiça. A família de Márcio Pinheiro da Silva, de 45 anos, vítima fatal de um trágico acidente ocorrido na última quinta-feira (17), na Via Verde, em Rio Branco, protocolou um pedido formal para a abertura de inquérito que investigue as circunstâncias do acidente e a conduta dos agentes públicos envolvidos na ocorrência. A tragédia, que também deixou outras vítimas em estado grave, ganhou ampla repercussão nas redes sociais e levantou uma série de questionamentos da sociedade sobre a forma como a Polícia Rodoviária Federal (PRF) conduziu o caso.

Márcio era funcionário há mais de uma década da empresa VIP, de propriedade da esposa do deputado federal Coronel Ulysses, com quem mantinha uma relação profissional e de amizade. Ele retornava à sede da empresa após concluir um serviço quando a tragédia aconteceu. Testemunhas relatam que uma caminhonete invadiu a contramão e colidiu com três motocicletas e outro carro. Márcio estava na garupa da terceira moto atingida. O impacto foi tão violento que ele foi arremessado a cerca de 50 metros, falecendo no local com politraumatismos.

O corpo foi levado ao Instituto Médico Legal (IML), onde passou por um processo de reconstrução que durou mais de oito horas. O velório ocorreu em Bujari durante a madrugada de sexta-feira e o sepultamento foi realizado às 15h, marcado por forte comoção entre familiares e amigos.

Apesar da tristeza, a família ressalta que não busca apontar culpados de forma precipitada, mas quer garantir que os procedimentos legais tenham sido devidamente cumpridos. Um dos principais questionamentos é sobre a liberação do condutor da caminhonete, sem a realização, segundo os familiares, de teste do bafômetro ou oitiva formal. A PRF justificou a liberação alegando risco de linchamento, mas os familiares destacam que, nas imagens divulgadas, não há registro de ação violenta ou de presença de parentes da vítima fatal entre os populares que discutiam no local. Apenas uma pessoa, visivelmente exaltada, aparece nos vídeos reclamando da presença do motorista.

Outro ponto que levanta suspeitas diz respeito às informações divergentes. Circulou nas redes um vídeo afirmando que o condutor havia realizado o teste do bafômetro e prestado depoimento, o que, até o momento, segundo a família, não foi confirmado por vias oficiais. O apelo dos familiares é para que seja apresentada documentação que comprove que os protocolos previstos no Código de Trânsito Brasileiro foram obedecidos.

A PRF alegou que o condutor estava lúcido, desarmado, que teria prestado socorro e foi liberado com base no Artigo 301 do CTB — que prevê que o condutor envolvido em acidente com vítima fatal pode ser liberado se permanecer no local e colaborar com os trabalhos da polícia. No entanto, testemunhas afirmam que o socorro às vítimas foi feito por populares, e não pelo condutor do veículo, o que contradiz a versão oficial.

A família também refutou boatos que envolvem o nome do deputado federal Coronel Ulysses, deixando claro que ele não teve nenhuma interferência na condução da ocorrência. Ressaltaram, ainda, que ele prestou todo o apoio necessário desde o início, tanto à família quanto aos trâmites funerários, mantendo o respeito pela relação pessoal e profissional que mantinha com Márcio.

Na tarde do último domingo (20), foi confirmada a morte de uma segunda vítima do acidente: Carpegiane de Freitas Lopes, também de 45 anos. Ele estava internado em estado gravíssimo na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e não resistiu aos ferimentos. Carpegiane, técnico em segurança eletrônica, sofreu traumatismo craniano encefálico, múltiplas fraturas e escoriações. Ele fazia parte da equipe da empresa de monitoramento eletrônico envolvida no acidente, juntamente com Márcio Pinheiro e Fábio Farias de Lima.

Com duas vidas ceifadas e múltiplas dúvidas no ar, a família de Márcio reforça seu apelo por uma investigação rigorosa e transparente. “Não queremos culpar ninguém antes da hora. Só buscamos justiça, respeito pela dor da nossa família e respostas que nos permitam compreender o que realmente aconteceu”, declarou um dos parentes. O caso agora aguarda posicionamento oficial das autoridades competentes quanto à instauração do inquérito.