A Justiça acreana concedeu mais cinco dias úteis para que a defesa de Tarcísio Araújo, acusado de envolvimento na morte da cantora Nayara Vilela, apresente seus memoriais finais. A decisão, tomada pelo juiz Alesson Braz após dois dias de intensos depoimentos, adia a definição sobre se o ex-marido da artista enfrentará ou não o Tribunal do Júri por feminicídio.
O caso envolvendo a trágica morte da cantora Nayara Vilela caminha para uma possível decisão judicial. O juiz Alesson Braz, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, concedeu à defesa de Tarcísio Araújo um prazo adicional de cinco dias úteis para a entrega das alegações finais. Só após a análise desses documentos será decidido se o acusado irá ou não a julgamento.
Araújo é investigado por suposto envolvimento na morte da ex-esposa. A acusação formal do Ministério Público do Acre (MPAC) foi fundamentada a partir do inquérito da Polícia Civil, que resultou em denúncia por feminicídio.
Durante as discussões finais da fase de instrução, o promotor Efrain Mendonza argumentou que Tarcísio foi omisso no relacionamento e negligenciou o quadro psicológico da vítima, agravando sua vulnerabilidade.
O promotor também chamou atenção para o histórico da cantora com armas de fogo e destacou que a interrupção do tratamento médico por parte do companheiro agravou a situação. Para o MP, mesmo que Tarcísio não tenha diretamente causado a morte, sua omissão pode ser considerada determinante.
Depoimentos de testemunhas reforçaram o clima de controle e pressão psicológica que Nayara vivia. Segundo relatos, Tarcísio fazia críticas constantes ao modo de vestir da cantora, tentava restringir sua liberdade pessoal e profissional, e chegou até mesmo a incentivá-la verbalmente a cometer suicídio. A defesa de Tarcísio tem até o dia 19 de maio para entregar os memoriais finais por escrito. A partir disso, caberá ao juiz Alesson Braz decidir se o caso será levado a júri popular.