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POLÍCIA

Bombeiros relatam resgate dramático de trabalhadores mortos em caixa d’água no Residencial Via Parque, em Rio Branco

Bombeiros relatam resgate dramático de trabalhadores mortos em caixa d’água no Residencial Via Parque, em Rio Branco

Duas vidas foram perdidas na tarde desta quinta-feira, 12, em uma tragédia que envolveu trabalhadores que prestavam serviço de pintura em uma caixa d’água elevada, no Residencial Via Parque, em Rio Branco. A principal suspeita é que os dois homens tenham sofrido hipoxemia, condição causada pela baixa concentração de oxigênio no sangue, após inalar vapores químicos em um espaço confinado.

O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 15h45 para atender à ocorrência. De acordo com o relato do tenente João, responsável pela operação de resgate, o cenário encontrado era de desespero.

“As três vítimas estavam realizando um trabalho de revitalização interna da caixa d’água, que possui cerca de 30 metros de altura e dois compartimentos. Um deles aplicava um produto químico no interior do reservatório. Ao passar mal, o segundo tentou ajudá-lo e também foi afetado. O terceiro, ao perceber a gravidade da situação, tentou entrar, mas não conseguiu”, relatou o oficial.

Segundo os bombeiros, a caixa d’água estava parcialmente seca, mas ainda havia cerca de um metro de água em seu interior. Isso demandou o uso de equipamentos de mergulho e proteção respiratória para o resgate, devido à complexidade do ambiente, classificado como “confinado” e de alto risco.

“Esse tipo de espaço não é projetado para a permanência contínua de pessoas. É uma operação de alto risco. Felizmente, conseguimos resgatar os corpos sem que mais ninguém se ferisse. Se mais alguém tivesse entrado, poderia ter sido mais uma vítima”, reforçou o tenente.

A empresa contratada para o serviço informou que os trabalhadores estavam equipados com todos os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) necessários, incluindo capacete, cadeirinha de resgate para trabalho em altura, luvas e máscaras com filtro químico. No entanto, os bombeiros ainda não puderam confirmar se todos os itens estavam efetivamente sendo utilizados no momento do acidente.

“Encontramos no local cadeiras de trabalho e materiais de pintura. A análise completa, com fotos e laudos, será feita pela Polícia Civil e pela perícia técnica, que vão apurar as reais causas da morte e se houve falha no uso ou fornecimento dos EPIs”, informou o oficial.

O terceiro trabalhador, que tentou socorrer os colegas, também foi afetado pela inalação de gases e apresentava sintomas de narcose. Ele foi socorrido pelo SAMU e passa bem, apesar do susto.

“Ele estava muito tonto, desorientado. Disse que não sabe como conseguiu sair de lá. Ele agradece a Deus por estar vivo, mas nem consegue explicar como encontrou forças para sair”, relatou o bombeiro. A Polícia Civil vai conduzir a investigação sobre o caso. As vítimas foram identificadas como Ruan Roger da Silva Barbosa, de 32 anos, e Diony Magalhães de Oliveira.