Uma parcela significativa do eleitorado de Rio Branco (cerca de 46,6%) não se identifica com nenhuma das correntes ideológicas tradicionais, como direita, esquerda ou centro. Esse grupo, muitas vezes ignorado por campanhas políticas, tem ganhado destaque e vem sendo chamado de "eleitor invisível".
Segundo a pesquisa realizada pelo instituto Data Control, em parceria com o jornal A Tribuna, esse eleitor é, em sua maioria, mulher, com idade entre 35 e 44 anos e de baixa escolaridade. Os dados foram coletados no último dia 10 de outubro, apenas na capital acreana, com margem de erro de 5%.
Mulheres lideram a indecisão ideológica
Os dados mostram que 50,6% das mulheres entrevistadas afirmaram não ter posição ideológica definida — número superior ao dos homens, que representam 42,2% desse grupo.
Na divisão por idade, dois grupos se destacam: os eleitores com 35 a 44 anos e os com 60 anos ou mais, ambos com 50% de entrevistados sem definição ideológica. No entanto, como houve mais entrevistas com pessoas entre 35 e 44 anos, esse recorte é mais representativo.
Escolaridade influencia diretamente
A maior concentração do eleitorado "invisível" está entre pessoas com menor nível de escolaridade. Entre os analfabetos ou pessoas que apenas leem e escrevem, 56,3% disseram não ter posicionamento ideológico. O percentual também é alto entre os que possuem ensino fundamental: 51,9%.
Já entre quem tem ensino médio completo ou incompleto, a taxa cai para 42%. No grupo com ensino superior (completo ou incompleto), 46,2% afirmam não se posicionar politicamente.
Religião tem pouca influência
A pesquisa também analisou a relação entre religião e posicionamento ideológico. Os evangélicos lideram entre os "invisíveis", com 47,6%, seguidos por católicos, com 43,1%. Já entre os que declararam não ter religião, 50% não se identificam com nenhuma corrente política. No entanto, esse grupo representa uma amostra menor da pesquisa.