O Sistema de Valores a Receber (SVR), do Banco Central, ainda registra mais de R$ 9,024 bilhões esquecidos no sistema financeiro por pessoas físicas e jurídicas. Segundo dados mais recentes da instituição, mais de 48 milhões de brasileiros ainda não retiraram os valores que lhes pertencem.
Apesar de informações que circulavam sobre o fim do prazo em abril, o Ministério da Fazenda esclareceu que o saque dos recursos continua disponível. O motivo é que o processo legal que autoriza o governo a recolher esses valores ainda não foi concluído.
Em setembro de 2024, o Congresso Nacional aprovou uma proposta autorizando o recolhimento pelo Tesouro Nacional dos recursos não solicitados pelos titulares. A medida foi sancionada no mesmo mês pelo Governo Federal. Segundo a nova lei (Lei nº 14.973/2024), o prazo oficial para solicitar a restituição terminou em 16 de outubro. A partir daí, os valores esquecidos passariam a ser transferidos para o Tesouro Nacional.
No entanto, conforme revelou o Portal G1, até o momento não houve qualquer movimentação efetiva desses valores para a conta do Tesouro. Além disso, o edital com as novas regras de saque, previsto na nova legislação, ainda não foi publicado — o que impede o início do prazo de seis meses para solicitação judicial dos valores, conforme previsto no artigo 46 da lei.
"Destaca-se que o edital não foi publicado, e não há previsão para sua publicação, de modo que o prazo de seis meses não se iniciou e, portanto, não se encerrará nesta semana", informou o Ministério da Fazenda.
Como consultar os valores esquecidos
O cidadão que deseja verificar se possui valores a receber deve acessar o site oficial do Banco Central: [valoresareceber.bcb.gov.br](https://valoresareceber.bcb.gov.br). Para realizar a consulta, é necessário informar o CPF e a data de nascimento (ou CNPJ, no caso de empresas).
Valores já restituídos
Desde o lançamento do sistema, o Banco Central já devolveu R$ 9,7 bilhões aos clientes bancários. Dos recursos ainda não sacados, cerca de R$ 6,8 bilhões pertencem a 46,4 milhões de pessoas físicas, enquanto R$ 2,1 bilhões são de responsabilidade de 4,2 milhões de empresas.