Um caso revoltante envolvendo maus-tratos a animais ganhou repercussão nas redes sociais nesta segunda feira (28). Um vídeo enviado à redação do Notícias da Hora mostra um homem identificado como José Gomes denunciando membros da organização missionária cristã internacional JOCUM (Jovens Com Uma Missão) de agredirem brutalmente seu cachorro da raça pitbull, chamado Thor, que acabou morrendo em decorrência das agressões.
Segundo José Gomes, o cachorro teria fugido de casa após cavar um buraco no quintal. De acordo com ele, Thor foi até a comunidade da JOCUM, local onde, algumas semanas antes, havia cruzado com uma cadela a pedido de um dos pastores da instituição. Na manhã da fuga, enquanto José estava trabalhando, Thor se dirigiu instintivamente até o local. Chegando lá, o pitbull se envolveu em uma briga com outro cão da comunidade.
Para separar os animais, membros da JOCUM teriam utilizado pedaços de madeira, desferindo diversas pauladas no pitbull. Conforme relatado por José, o cão da comunidade ficou apenas com uma pata machucada, enquanto seu cachorro ficou gravemente ferido, com o corpo repleto de marcas de agressão.
Nas imagens gravadas pelo tutor, José narra o estado agonizante do seu animal. “Bom dia, pessoal. Segunda-feira, e olha a situação do meu cachorro, o Thor. Ele está aqui, todo se tremendo, morrendo aos poucos, defecando sangue. Um cachorro alegre, cheio de vida, agora nesse estado lamentável”, relata, emocionado.
Ainda no vídeo, José cita, de forma irônica, os missionários que, segundo ele, teriam participado da agressão: Alexandre Salles, sua esposa Gisele, Omar, sua esposa conhecida como Pastorinha, e Geleinilson. “Cito esses nomes porque vi pessoalmente o envolvimento deles, mas foram ainda mais missionários”, afirmou.
Revoltado, ele ainda acusou os envolvidos de impunidade e desrespeito à vida animal: “A impunidade é tamanha que, conversando com um deles, ouvi que, se fosse por ele, teria dado um tiro no cachorro.”
Em outra gravação, também publicada nas redes sociais, José expõe novamente a situação do animal. “Olha a situação do meu cachorro, tanta porrada que o senhor Alexandre Sally e seus companheiros de missão fizeram com ele. Estou saindo agora, vou deixar minha moto empenhada com agiotas para tentar salvar o Thor. Bando de crente safado. Olha a situação do cachorro”, desabafou, enquanto tentava socorrer o animal.
A equipe de reportagem do Notícias da Hora tentou contato com a sede da JOCUM em Rio Branco, utilizando o número (68) 3224-6682, porém, o telefone informado não existe mais. O espaço permanece aberto para que a organização e os citados possam apresentar sua versão dos fatos.
O que diz a legislação
Atualmente, no Brasil, matar um animal a pauladas configura crime de maus-tratos, previsto no artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998).
Em 2020, houve o endurecimento da pena para crimes contra cães e gatos com a sanção da Lei nº 14.064/2020, que prevê:
• Reclusão de 2 a 5 anos,
• Multa,
• E proibição da guarda do animal.
No caso de morte do animal, a situação é considerada ainda mais grave, podendo pesar na definição da pena e da responsabilidade criminal dos envolvidos.