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Família denuncia suposta negligência após morte de idosa de 82 anos em hospital de Cruzeiro do Sul

Família denuncia suposta negligência após morte de idosa de 82 anos em hospital de Cruzeiro do Sul

A morte de Dona Thesinha, uma idosa de 82 anos, ocorrida na manhã desta quinta-feira (22) no Hospital do Juruá, em Cruzeiro do Sul, gerou comoção e revolta entre seus familiares.

Um vídeo enviado ao Portal Notícias da Hora pela neta da paciente traz um relato forte, emocionado e cheio de indignação, no qual ela denuncia suposta negligência no atendimento e, principalmente, na demora para a realização da transferência da idosa para a capital, Rio Branco.

No depoimento, a neta afirma que não busca responsabilizar ninguém apenas pelo sofrimento da família, mas sim evitar que outras pessoas passem pela mesma dor. “Eu sei que, trazendo esse relato, não terei minha avó de volta. Mas sinto que é necessário falar, para que isso não aconteça com outras pessoas”, desabafa, visivelmente abalada.

De acordo com ela, Dona Thesinha foi inicialmente transferida de Feijó para Cruzeiro do Sul, onde recebeu atendimento. No entanto, diante da gravidade do quadro, a família solicitou, desde os primeiros dias, sua remoção para Rio Branco, onde, segundo os familiares, ela teria acesso a uma estrutura mais completa, especialistas e também ao amparo das filhas, que residem na capital.

“O quadro da minha avó só foi se agravando. Quando fizemos o primeiro pedido para a transferência dela para Rio Branco, a resposta que recebemos foi que o Pronto-Socorro estava lotado. Naquele momento, entendemos e respeitamos. Mas, depois de alguns dias, os próprios médicos disseram que o quadro dela estava estabilizando e que sim, seria possível realizar a transferência”, conta a neta.

Ela relata ainda que, após sucessivas tentativas, conseguiram contato com o secretário estadual de Saúde, Pedro Pascoal, porém o processo teria sido moroso, sem a celeridade e sensibilidade que, segundo ela, o caso exigia. “Os médicos informaram que ela precisaria passar por cinco sessões de hemodiálise e, após isso, poderia ser transferida. Tentamos novamente contato com o secretário, mas não conseguimos mais retorno. E, infelizmente, dois dias depois, minha avó faleceu”, lamenta.

O desabafo da neta expressa um misto de dor e revolta. “Onde está a empatia? Onde está o cuidado com o próximo? Uma transferência dessa natureza não sairia do bolso de ninguém. Existem verbas destinadas para isso. O que custava liberar?”, questiona.

O relato ainda menciona outros casos recentes, como o de uma criança que também teria falecido após enfrentar demora na transferência, reforçando a crítica à falta de eficiência no sistema de regulação de vagas. “Não sei se foi negligência, porque não conheço os detalhes, mas a demora existiu. Isso não é aceitável.”

Por fim, faz um apelo emocionado ao governador do Acre. “Tenho certeza de que isso não chegou até o conhecimento do nosso governador, porque ele é um homem exemplar. Se tivesse chegado até ele, essa situação teria sido resolvida. Governador, por favor, nos ajude. Nos ajude, por favor.”

O que diz a Secretaria de Saúde

Procurado pela reportagem, o secretário estadual de Saúde, Pedro Pascoal, lamentou profundamente a morte de Dona Sebastiana — nome de registro da idosa — e afirmou que o Hospital do Juruá oferece atualmente a mesma estrutura de suporte intensivo encontrada em qualquer outra unidade de terapia intensiva (UTI) do estado.

“A paciente estava na UTI. O nível de suporte de todas as UTIs do estado é igual. O Hospital do Juruá está todo estruturado, possui centro de cateterismo, ressonância, neurologista e outros serviços especializados. Sentimos muito pela partida da dona Sebastiana, mas o quadro dela era grave e ela já possuía algumas complicações clínicas que agravaram sua situação”, declarou o secretário.

Veja o vídeo