De acordo com a mais recente Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), divulgada pela Fecomércio/AC, o número de famílias com dívidas no Acre saltou de 78% em março de 2023 para 81,3% em 2024, o que representa 95.538 famílias endividadas no Estado.
Apesar do aumento expressivo no total de endividados, o número de famílias com contas em atraso teve uma leve queda de 0,6 ponto percentual, passando de 35,1% em fevereiro para 34,5% em março, o que ainda afeta mais de 40 mil famílias acreanas.
Esse grupo é composto majoritariamente por famílias com renda mensal de até três salários mínimos, faixa que também concentra os maiores índices de inadimplência.
Outro dado preocupante revelado pelo levantamento é o crescimento, mesmo que discreto, do número de famílias que afirmam não ter condições de pagar suas dívidas: 12.986 famílias estão nesta situação, um aumento de 0,06% em relação ao levantamento anterior.
Segundo a PEIC, o aumento no número de endividados tem relação direta com a facilitação do acesso ao crédito e a redução das taxas médias de juros, que incentivaram o consumo financiado.
Embora o endividamento não seja necessariamente um problema – já que compras parceladas podem ser planejadas –, o comprometimento excessivo da renda familiar com dívidas prejudica a capacidade de consumo. Quando mais de 30% da renda está comprometida, a inadimplência tende a crescer, reduzindo o poder de compra e afetando negativamente a economia local, com menos circulação de dinheiro no comércio e nos serviços.
Para prevenir que esse quadro se agrave ainda mais, economistas sugerem práticas de educação financeira e controle de gastos, como:
- Planejamento de compras: analisar se a aquisição é realmente necessária e se cabe no orçamento.
• Controle das dívidas no cartão de crédito: acompanhar o valor das parcelas e seu impacto na renda mensal.
• Evitar confundir limite com renda: o limite do cartão de crédito não deve ser tratado como dinheiro disponível.
• Priorizar compras à vista ou parcelamentos curtos: evitar parcelamentos longos pode impedir o acúmulo de dívidas difíceis de quitar.