Aurora Maria, que sofreu queimaduras de 2º e 3º graus após o nascimento, segue em acompanhamento médico em Belo Horizonte
Após mais de um mês internada no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, a pequena Aurora Maria Oliveira Mesquita, que sofreu queimaduras graves durante o banho na maternidade Irmã Maria Inete, em Cruzeiro do Sul, recebeu alta hospitalar nesta quinta-feira, 31. O caso comoveu o país e mobilizou a sociedade desde junho, quando a recém-nascida foi vítima de queimaduras de 2º e 3º graus, causadas pela água quente usada no banho, um dia após o nascimento.
Em uma publicação nas redes sociais, o pai da menina, Marcos Oliveira, expressou emoção e gratidão.
“Agradecemos a Deus por todas as orações e pelo carinho de todos que nos apoiaram. Que a alegria da recuperação da minha filha traga esperança e paz aos nossos corações.”
Apesar da alta hospitalar, a família ainda deverá permanecer em Belo Horizonte ao menos até a próxima semana, já que Aurora segue em acompanhamento diário com a equipe médica. Os dedos dos pés da bebê continuam em fase de cicatrização e demandam cuidados especiais para evitar novas cirurgias.
Uma nova avaliação está prevista para a próxima terça-feira, 5 de agosto, quando os médicos vão analisar se o enxerto feito nos dedos, com pele retirada da panturrilha, permanece íntegro. “Pode soltar algo, aquelas casquinhas que ficam sarando, sabe?! Os médicos têm que observar direitinho, pois não está totalmente cicatrizado”, explicou o pai.
Aurora está sob orientação médica para ter os pezinhos lavados três vezes ao dia e receber aplicação de óleo de girassol, a fim de garantir a boa evolução da pele e evitar novos procedimentos.
O caso ocorreu em 21 de junho, na Maternidade Irmã Maria Inete. Inicialmente atendida em Cruzeiro do Sul, Aurora foi transferida primeiro para Rio Branco, e depois para Belo Horizonte, devido à gravidade das lesões. Ainda durante a internação, exames descartaram doenças congênitas, como a epidermólise bolhosa, suspeita inicial da Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre). A confirmação médica foi de que as lesões eram exclusivamente queimaduras.
Desde o início, a família atribuiu as lesões ao uso de água excessivamente quente durante o banho, fato que motivou um boletim de ocorrência registrado pelo pai. A técnica de enfermagem responsável pelo procedimento foi afastada e está sob Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD).
Segundo o secretário de Saúde do Estado, Pedro Pascoal, ela deve ser demitida ao final do processo. A funcionária é contratada pelo Igesac (Instituto de Gestão da Saúde do Acre), sob regime celetista.
O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil, Ministério Público, Sesacre e pelo Conselho Regional de Enfermagem (Coren).
“Só Deus sabe tudo o que passamos até aqui”, desabafou Marcos Oliveira, celebrando mais um passo na recuperação da filha. “Gratidão”, escreveu ele ao lado de uma foto da pequena Aurora.