..::data e hora::.. 00:00:00
gif banner de site 2565x200px

Outras notícias

Alta rotatividade de médicos na Atenção Primária afeta regiões com menor PIB per capita; Norte fica abaixo da meta de atendimentos

Alta rotatividade de médicos na Atenção Primária afeta regiões com menor PIB per capita; Norte fica abaixo da meta de atendimentos

Segundo levantamento inédito divulgado nesta segunda-feira, 2, pela organização Umane e pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), 

entre 2022 e 2024, um terço dos médicos deixou seus cargos na Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil.

De acordo com o estudo, a evasão de profissionais é maior em estados com menor Produto Interno Bruto (PIB) per capita, como Maranhão e Paraíba, e menor em locais mais desenvolvidos, como São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal. Foram analisadas informações dos 26 Estados e do Distrito Federal, com base em fontes oficiais do sistema público de saúde e dados socioeconômicos nacionais.

A análise apontou que a taxa média de saída de médicos da APS foi de 33,9% no período analisado. A instabilidade é mais acentuada nas regiões com menor estrutura econômica, o que compromete a continuidade do cuidado e o vínculo entre profissionais de saúde e a população.

O estudo também destacou avanços e lacunas na prestação de serviços pela APS no Brasil. No segundo quadrimestre de 2024, as regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul cumpriram a meta de atendimento pré-natal definida pelo Sisab, com pelo menos seis consultas para 45% das gestantes. A Região Norte, no entanto, ficou abaixo da meta.

O mesmo padrão se repete no rastreamento do câncer de mama, cuja meta de cobertura é de 70%. Quatro das cinco regiões atingiram o índice, com exceção novamente do Norte.
Já a taxa de internações por condições sensíveis à APS – que indica falhas no atendimento inicial – ficou em média nacional de 20,6% entre janeiro e outubro de 2024. As regiões Sul (17,8%), Sudeste (19,8%) e Centro-Oeste (19,0%) apresentaram índices mais baixos. Norte (23,9%) e Nordeste (22,4%) ficaram acima da média.

A cobertura vacinal também é motivo de preocupação. Nenhuma unidade da federação atingiu a meta de 95% para crianças menores de 1 ano. Os melhores índices foram registrados em Alagoas e no Distrito Federal, ambos com 87%.
Os dados utilizados no levantamento foram extraídos de fontes como Datasus, Sisab, Vigitel, Sisvan, e-Gestor AB, Ipeadata e IBGE/Sidra. As informações estão organizadas em um painel interativo disponível no site:
https://observatoriosaudepublica.com.br/