Com 53,1% da frota de veículos formada por motos, o Acre gastou, em valores nominais, R$ 1.010.954,40, em atendimentos no SUS (Sistema Único de Saúde), em 2024. Os dados são do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), com números do Datasus.
O estudo revela que, justamente nos estados mais pobres, que apresentam restrições de recursos para investimentos em políticas de mitigação das mortes de trânsito e de melhorias da infraestrutura, é que se encontram as maiores taxas de mortalidade no trânsito, especialmente em referência aos sinistros de moto. Assim, essas regiões, de maneira especial, demandam políticas de apoio.
Ao analisar as informações em termos de Brasil, “da mesma forma que as vítimas fatais por sinistros de motocicletas cresceram acentuadamente nos últimos 25 anos, também aumentaram de forma acelerada as vítimas com lesões graves desse tipo de sinistro de trânsito. As internações de vítimas de sinistros de motocicletas no SUS saltaram de 15.614 em 1998 para 165.894 em 2024 -mais de 11 vezes o valor inicial, também proporcional ao aumento de frota. O grau de severidade dos sinistros de trânsito com motocicleta é muito alto”.
Já, os gastos com internações de vítimas de sinistros com motocicletas vêm crescendo ao longo dos anos. No ano de 1998, em termos reais (valores deflacionados com base no IPCA de junho de 2025), os gastos do SUS foram de R$ 41 milhões e saltaram para R$ 273 milhões no ano de 2024. E a tendência é de aumento persistente. Para agravar a situação, o único recurso de trânsito utilizado para compensar parcialmente o SUS pelos seus gastos com sinistros de 15 transporte motorizado foi suprimido, que era o seguro obrigatório de danos pessoais causados por veículos automotores de vias terrestres (DPVAT): 45% da arrecadação do DPVAT era destinada ao SUS. A partir da suspensão (e posterior extinção) da cobrança do DPVAT, em 2020, não houve mais arrecadação destinada ao SUS para compensar os gastos com esse tipo de atendimento no país.
