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Promotor do MPAC ouve gritos de socorro no Centro Pop do Castelo Branco durante visita ao local que acolhe pessoas em situação de rua

Promotor do MPAC ouve gritos de socorro no Centro Pop do Castelo Branco durante visita ao local que acolhe pessoas em situação de rua

O promotor de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), Thales Ferreira, foi testemunha direta de uma situação de violência ocorrida dentro do Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop), localizado no conjunto Castelo Branco, em Rio Branco.

A confusão, envolvendo pessoas em situação de rua e servidores da unidade, aconteceu na manhã da última sexta-feira, 30, durante uma visita não programada do representante do MPAC ao local, que tem sido alvo de protestos há cerca de 20 dias por parte dos moradores da região.

O vídeo foi publicado nas redes sociais do vereador Eber Machado (MDB), que ressaltou a gravidade da situação. “Não respeitaram nem o promotor! Isso tudo é para mostra a incompetência da gestão do prefeito Bocalom”, disse o emedebista.

De acordo com um dos manifestantes, que preferiu não se identificar, o promotor chegou ao local por volta das 8h e foi recebido pelos manifestantes acampados em frente ao centro. Thales Ferreira ouviu relatos da comunidade e percorreu algumas ruas do bairro, acompanhado por um morador, a fim de conhecer de perto as queixas da população, que denuncia insegurança e conflitos desde a instalação da unidade no bairro.

"Ele estava lá para ouvir, foi por conta de cobranças feitas em audiências públicas. Caminhou com a gente, conheceu a área, inclusive o antigo terreno do BOPE. Quando voltou ao acampamento, estava conversando com os manifestantes, quando escutamos gritos de socorro vindos de dentro do Centro Pop", relatou o morador.

Segundo a testemunha, o grito — de uma mulher — veio seguido de um forte barulho. Alarmados, o promotor e alguns manifestantes correram até o interior da unidade, onde encontraram um cenário de confusão: cadeiras reviradas, gritos e relatos de agressões. Um dos servidores do Centro Pop alegou ter sido atingido por uma cadeirada na região das costelas. Ainda conforme o relato, um dos usuários do serviço admitiu ter desferido o golpe.

Ainda segundo o morador, o promotor teria acabado permanecendo no local para apaziguar os ânimos e entender o contexto da briga. A visita, a primeira feita pelo magistrado desde o início das manifestações no entorno do Centro Pop, teve como objetivo averiguar as condições de funcionamento da unidade e as denúncias de insegurança relatadas tanto por moradores quanto por funcionários.

"O que aconteceu mostra que não é só a comunidade que se sente insegura. Os próprios funcionários também estão vulneráveis", completou o manifestante.
O Ministério Público nem a Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos (SASDH), se pronunciaram sobre o episódio.