A Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (RBTrans) divulgou na tarde desta terça-feira, 4, uma nota de esclarecimento sobre o incidente ocorrido pela manhã, envolvendo um ônibus do transporte coletivo urbano da empresa Ricco que perdeu o eixo traseiro enquanto trafegava pela Via Chico Mendes, em frente ao Instituto Federal do Acre (IFAC).
De acordo com o comunicado, as análises preliminares apontam para uma falha mecânica acidental e imprevisível, sem qualquer indício de negligência operacional. O veículo, de prefixo 1923, pertence à empresa Ricco Transporte Eireli e operava a linha 118 – Bairro Belo Jardim II no momento do ocorrido.
A RBTrans informou que o ônibus trafegava normalmente quando apresentou três solavancos sucessivos, provocados pelo desprendimento do cardan — componente que liga a caixa de marchas ao eixo de tração traseiro.
O impacto fez com que a peça atuasse como uma alavanca, impulsionando o eixo traseiro e causando o desacoplamento completo do conjunto com os quatro pneus.
Durante a vistoria técnica, as equipes constataram que a alça de proteção do cardan permanecia intacta, mas os grampos e parafusos de sustentação se romperam devido à intensidade do impacto. As evidências indicam que a força gerada pelo desprendimento foi suficiente para danificar toda a estrutura de fixação.
Apesar do susto, nenhum passageiro ficou ferido. Testemunhas relataram que o motorista conduzia o coletivo em velocidade reduzida, o que evitou um desfecho mais grave. No asfalto, foram identificadas três marcas lineares compatíveis com os solavancos, também registradas em vídeo no momento exato do incidente.
A RBTrans destacou ainda que ocorrências desse tipo são extremamente raras, mas tecnicamente possíveis em veículos de grande porte. Como medida imediata, a empresa Ricco Transporte Eireli foi autuada, e o ônibus permanecerá sob perícia técnica até a conclusão do laudo oficial.
O órgão lembrou que um caso semelhante foi registrado em 1997, também em Rio Branco, envolvendo um ônibus da antiga Viação Aquiry Ltda.
“Trata-se de uma ocorrência rara, mas tecnicamente possível em veículos de grande porte”, afirmou a RBTrans em nota.
