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“Não voto nela”: discurso de Alessandra Marques agita eleição de corregedora no Ministério Público

“Não voto nela”: discurso de Alessandra Marques agita eleição de corregedora no Ministério Público

A procuradora Patrícia Rego foi eleita, por maioria de votos, corregedora-geral do Ministério Público do Acre (MPAC) na manhã desta terça feira 02, em votação interna realizada entre membros da instituição. A escolha, no entanto, foi marcada por um episódio incomum: o voto contrário da promotora Alessandra Garcias Marques, que fez questão de justificar publicamente sua posição antes da eleição.

Durante a sessão, Alessandra Marques apresentou um discurso firme, expressando preocupação com o que classificou como “riscos” de uma atuação ideológica dentro da corregedoria. Em sua fala, ela afirmou não possuir relação pessoal com Patrícia Rego, mas destacou que suas experiências passadas no MP a levam a temer uma possível repetição de cenários que, segundo ela, foram prejudiciais à instituição.

“Eu vou deixar bem claro que eu não vou votar na doutora Patrícia. Eu não tenho conhecimento íntimo com a doutora, nunca tivemos, mas não vou votar nela porque eu tenho uma preocupação muito grande que essa memória não muito antiga que eu tenho das experiências com o Ministério Público vivenciadas por mim e por vários colegas retorne numa nova versão. É muito perigoso no Ministério Público do Estado do Acre a manifestação ideológica muito explícita”, declarou a promotora.

Alessandra também pontuou que, embora Patrícia Rego tenha posições “muito concretas”, espera que, no exercício da nova função, tais visões sejam deixadas de lado em nome do papel institucional do órgão. Para ela, a corregedoria deve ser um espaço de diálogo e orientação, e não de embate.

“A corregedoria, na minha concepção, é um órgão de acolhimento e orientação. E, quando ela não é assim, ela é muito ruim, e ela já foi muito ruim no Ministério Público. A corregedoria é espaço para construção de pontes e jamais para que muros sejam erguidos”, completou.

Apesar das críticas, Patrícia Rego foi confirmada corregedora-geral, assumindo a missão de conduzir um dos setores mais sensíveis do MPAC, responsável por fiscalizar a atuação funcional de promotores e procuradores.