Ele se autointitula “o menino da baladeira”, após o episódio que viralizou nas redes sociais em que ele tentar atirar uma pedra em uma jornalista que gravava uma passagem (momento do jornalismo em que o repórter aparece na matéria) no Centro da Capital acreana no início deste mês. O caso ocorreu nas proximidades do Centro Pop, espaço público voltado ao atendimento de pessoas em situação de vulnerabilidade.
Morando nas ruas há 18 anos e dependente químico há mais de 13, Saedi Rodrigues Leôncio, de 34 anos, conversou com a reportagem do NH e revelou um pouco de sua história. Com forte odor de álcool, ele contou que morava com os pais na Vila da V, próxima a Porto Acre. Seus pais, segundo ele, já faleceram, tem irmãos e uma filha menor de idade, que vive com a mãe em um bairro da periferia de Rio Branco.
Saedi expressou o desejo de mudar de vida e pediu apoio para ser acolhido em uma instituição de tratamento. "Queria uma ajuda do poder público, tanto do Estado como da Prefeitura, pra sair dessa vida, pra sair das ruas. Queria uma ajuda pra ir lá pra Dona Hélia, pra casa de apoio lá na Cidade Nova. Se quisessem me ajudar, eu ficaria agradecido", disse.
Apesar de frequentar o Centro Pop, Saedi disse que muitas vezes recorre a outros locais para se alimentar. “Pra mim, ó, não vou dizer que pra mim vai ser bom, porque eu não penso só em mim, mas vai ser pior o Centro Pop ir para o Castelo Branco, vai ser mais ruim pra eles, entendeu? Mas pra mim não tem serventia nenhum. Não recupera só da comida”, concluiu Leôncio.