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Famílias protestam na Câmara de Rio Branco contra possível remoção do bairro Papoco

Famílias protestam na Câmara de Rio Branco contra possível remoção do bairro Papoco

Moradores do bairro Papoco foram à Camara de Rio Branco na manhã desta quinta-feira, 30, para protestar contra a possibilidade de serem removidos da área onde vivem há décadas. Segundo eles, a Prefeitura estaria divulgando informações falsas de que a maioria das famílias teria aceitado deixar o local.

Welington Pereira de Andrade, morador há 38 anos e presidente da Associação de Moradores do Papoco, afirmou que quase 80 famílias vivem na comunidade e que nenhuma delas quer sair. Ele criticou a forma como a Secretaria de Assistência Social, Direitos Humanos e Políticas para as Mulheres (SASDH) conduziu o levantamento de dados no bairro.

“O cenário é de uma baita mentira. Nós fomos recebidos pelo pessoal da assistência social, que mandou uma equipe fazer o cadastro do CadÚnico, Bolsa Família e até de saúde. Quando deu uma semana, fomos surpreendidos com a notícia de que 95% dos moradores queriam sair. Isso é uma baita mentira”, disse Welington.

O líder comunitário também questionou a proposta de transferência das famílias para o conjunto Rosa Linda, localizado próximo à Cidade do Povo.

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“Nós moramos no centro da cidade e querem nos botar num lugar perigoso. Lá no Papoco nós vivemos em paz, todo mundo se conhece. Nos levar para o Rosa Linda é nos levar para a morte”, afirmou.

O vereador Fábio Araújo (MDB) se manifestou em apoio às famílias e cobrou esclarecimentos da Prefeitura sobre o caso. Segundo o parlamentar, a visita da equipe da SASDH ao Papoco tinha como objetivo apenas atualizar cadastros sociais, e não discutir remoção de moradores.

“Estivemos lá por duas vezes e constatamos que a Prefeitura apenas fez atualização do Bolsa Família e do CadÚnico. Agora estão dizendo que 95% das famílias aceitaram sair, o que não é verdade”, declarou Araújo.

O emedebista anunciou ainda que pretende propor uma audiência pública com a participação do Ministério Público, da SASDH e dos próprios moradores para esclarecer a situação.
“Não é assim que se faz política pública. Desde 2021 pedimos melhorias para aquela área — manutenção de trapiches, revitalização de uma escola abandonada, obras de acesso e dignidade para quem mora lá. O povo do Papoco quer permanecer onde está”, completou.