O atleta Luigi Inácio Pinheiro veio a público, por meio de nota oficial de sua defesa, reafirmar sua total inocência diante da acusação de racismo supostamente ocorrida durante a partida entre Santa Cruz e Galvez, válida pelo Campeonato Acreano Sub-20, realizada no último dia 17 de junho de 2025.
Segundo a nota, durante o jogo, Luigi se dirigiu a um colega de equipe com quem convive diariamente no alojamento, utilizando a expressão “urubu, véi” — uma gíria comum entre os jogadores e sem qualquer conotação ofensiva ou discriminatória. A defesa alega que a fala foi totalmente descontextualizada por membros da comissão técnica do Galvez, em especial pelo preparador de goleiros do clube, que teria pressionado o árbitro de forma desequilibrada, resultando na expulsão do atleta por suposta ofensa verbal.
No entanto, conforme aponta a súmula da arbitragem, não há qualquer menção a ato de racismo, o que reforça a tese da defesa de que Luigi está sendo vítima de uma interpretação equivocada e injusta.
Após a partida, o Galvez Esporte Clube publicou em suas redes sociais uma nota acusando Luigi de racismo, o que, segundo sua defesa, configura uma campanha de difamação irresponsável. A nota classifica as acusações como “levianas e falsas”, acusando o clube adversário de utilizar um tema extremamente sensível como o racismo para promover um linchamento público.
Luigi, que é negro, de origem humilde e morador de comunidade, encontra-se recluso no alojamento do clube com medo de sair às ruas. Ele vem recebendo ameaças e teme por sua integridade física. A defesa responsabiliza diretamente o Galvez Esporte Clube e seus dirigentes por qualquer ato de violência que possa ser cometido contra o jovem atleta.
“Reafirmamos que não houve qualquer ato de racismo, e que o atleta Luigi jamais proferiu qualquer ofensa racial a qualquer adversário, como confirma a própria súmula da arbitragem. O que se vê, lamentavelmente, é o uso político e oportunista de um tema grave para fins escusos”, diz um trecho da nota.
Luigi afirma estar à disposição das autoridades desportivas e judiciais para prestar todos os esclarecimentos e comprovar sua inocência. Sua defesa anunciou que adotará todas as medidas legais cabíveis nas esferas cível e criminal, com o objetivo de responsabilizar o Galvez e seu preparador de goleiros pelas mentiras, danos morais, ameaças e prejuízos causados à sua vida e carreira.
Por fim, a nota conclui com um posicionamento firme: “Reiteramos que racismo é crime, e deve ser combatido com rigor, mas jamais usado como instrumento de manipulação ou perseguição, como lamentavelmente ocorreu neste caso. Justiça será feita.”
A repercussão do caso levanta importantes discussões sobre a responsabilidade de clubes e dirigentes no trato com acusações graves como racismo, e sobre os riscos do julgamento precipitado em meio à comoção pública.