A sessão ordinária da Câmara Municipal de Rio Branco de quarta-feira, 30, conseguiu o feito inédito de ser mais curta que fila de caixa eletrônico vazio: foi encerrada antes mesmo de começar. O motivo? Falta de quórum.
Dos 21 vereadores, apenas oito marcaram presença no plenário, além do presidente da Casa, Joabe Lira, que lamentou o sumiço coletivo com um discurso digno de reunião de condomínio.
Os não “gazeteiros!”
Estiveram no local os bravos e resistentes: Eber Machado, Fábio Araújo, Matheus Paiva, Samir Bestene, Joaquim Florêncio, Zé Lopes, Moacir Júnior e André Kamai.
Os nove cavaleiros do quórum quase suficiente. Já os demais, sumiram misteriosamente, provavelmente engolidos por um buraco negro legislativo ou por um “compromisso urgente” de última hora, desses que surgem só em dias de sessão.
Joabe Lira, com ar de síndico indignado, prometeu providências. “Vamos nos reunir na próxima semana para garantir que nossas sessões aconteçam pontualmente”, disse ele, aparentemente esperançoso de que na próxima semana a mágica do quórum completo aconteça.
Sobre punições aos faltosos, Lira optou pela diplomacia zen: vai aguardar justificativas. “Alguns já nos ligaram dizendo que estão em tratamento de saúde.”
Resta saber se é saúde física, emocional ou apenas alergia a
plenário. Ou foram passar o feriadão em alguma cidade praiana do nordeste? O povo tá de olho!
Enquanto isso, as pautas de interesse da população seguem esperando sua vez na fila da prioridade política — talvez atrás da novela, do cafezinho e da tradicional reunião de "articulação" que nunca termina.
E que venha a próxima sessão… ou pelo menos a tentativa.
Cidade sem problema? Imagina!
Se um dia a Prefeitura de Rio Branco resolvesse, por um milagre administrativo, tapar todos os buracos, drenar a água acumulada, recolher o lixo, abastecer com medicamentos as unidades de saúde e deixar os ramais trafegáveis... bem, os telejornais locais entrariam em colapso editorial.
Sem os já clássicos Reclames dos Telespectadores, o que sobraria? Previsão do tempo e receita de bolo? A rotina das matérias é tão previsível quanto chuva em inverno amazônico: lama, buraco, alagamento, lixo e um posto de saúde sem dipirona. A cidade virou pauta fixa, e o problema, aparentemente, também.
Samir Bestene quer criação da Guarda Municipal urgente
Samir Bestene (Progressistas) tem reforçado, há meses, a importância da criação da Guarda Municipal em Rio Branco. A proposta vai além da segurança, é também sobre cuidar da cidade e de quem vive nela.
A ideia é que a guarda esteja presente nas ruas, praças e parques, garantindo mais tranquilidade para quem caminha em áreas com pouca iluminação e coibindo atitudes que prejudicam o coletivo, como o descarte irregular de lixo.
Café? Só com crachá vip
Lembra daquele cafezinho preto, meio ralo, mas sempre solidário, que te esperava nas repartições públicas? Pois é, virou lenda. Desde que o pó virou quase ouro, o café passou a ser exclusividade de gabinete.
Agora, só é servido na sala do chefe maior, e com direito a xícara personalizada e açúcar na medida. O povo da base? Que se contente com a lembrança e o aroma de longe. Como diria Marlise Braga: “servido apenas para poucos e bons”. Literalmente.
Honda pra cá, lama pra lá
Os promotores de vendas da concessionária Honda Ivel estão em festa. É que segundo eles, o mês fechou com recorde de vendas e até brincam dizendo que as ruas de Rio Branco nunca estiveram tão estilosas com tantos Honda desfilando pelas ruas da cidade.
Só esqueceram de combinar com os buracos. Enquanto os carros brilham nos outdoors, seus donos enfrentam verdadeiros ralis urbanos entre lama, água represada e crateras disfarçadas de poças.
O secretário de Obras, engenheiro Abdel Derze, tem colocado suas equipes nas ruas constantemente, mas contra o período invernoso e uma topografia que mais parece queijo suíço, o asfalto anda perdendo força.
Cadê a água, Bocalom?
Em clima de pré-campanha e desabafo sanitário, uma eleitora revoltada resolveu cobrar o prefeito Bocalom do jeitinho mais direto possível.
Em um vídeo que circula nas redes sociais, ela faz cobrança exigindo o que há de mais básico na vida de um ser humano. A água nas torneiras.“Bocalom, cadê a água?!”, grita ela, indignada, descrevendo o drama doméstico de não poder sequer dar descarga. “O banheiro tá fedendo, Bocalom, com cheiro de mijo e cocô!”
No vídeo a eleitora também lembra que enquanto a população enfrenta torneiras secas e banheiros em estado de calamidade olfativa, o prefeito curti a tranquilidade da sua fazenda, admirando seu cafezal em eterna lua de mel. "Café tá caro, né Bocalom? duvido que sua esposinha passe por esses transtornos". Protestou a eleitora revoltada